terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Construção ameaçada - Luiz Renato de Araújo Pontes

A construção civil é sem sombra de dúvidas um dos mais importantes setores da economia de um país, sobretudo em desenvolvimento, com capacidade de geração de trabalho e renda em todos os níveis de capacitação profissional e, também, com reflexos imediatos no crescimento dos vários setores de produção industrial, isto é, toda a cadeia produtiva da construção civil é igualmente alavancada.
Nos últimos anos, o aumento do poder aquisitivo da população, projetos estruturantes implantados pelo governo, facilidade de financiamento para casas próprias de grande parte da população brasileira…, fizeram com que este setor viva um forte aquecimento, e, conseqüentemente, gerando e garantindo trabalho e renda, como mostra todos os indicadores registrados pelos institutos econômicos.
O titulo desta crônica, “construção ameaçada”, pode parecer exagerado a primeira vista. No primeiro momento a indagação que se coloca é: Como pode se todos os indicadores mostram o crescimento da construção civil em todo Brasil e mesmos assim este setor está sendo ameaçado? Há um paradoxo!
Temos demanda para o setor. Temos vontade e capacidade dos empresários de investirem em novas construções para os diferentes públicos da sociedade. Temos linha de crédito. Mas, questiona-se: se a mão de obra qualificada disponível esteja aquém da demanda dos serviços?
Recentemente, em sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários do setor, a falta de mão de obra qualificada foi apontada como o principal problema da construção civil.
O problema de escassez desta mão obra deve ainda se agravar com a intensificação das obras de infra-estrutura para a realização da copa do mundo de futebol no Brasil e das olimpíadas, além da demanda que será gerada em virtude da exploração de petróleo no “pré-sal”.
Atualmente, além da escassez de engenheiros, o setor da construção civil já sinaliza com a falta de mão de obra como: pedreiro, servente, ferreiro, entre outros.
Se a escassez de mão de obra qualificada na construção civil é um problema generalizado por todo o país, este problema pode ser ainda mais grave em curto espaço de tempo na Paraíba, até pela proximidade com o Estado de Pernambuco que vem executando grandes projetos estruturantes. É natural que com a falta de mão obra qualificada também por lá, fará com que também sejam absorvidos profissionais qualificados que ainda nos restam.
Sendo assim, para evitar “um colapso” nesse setor num futuro próximo, acredito que as instituições empresariais e governamentais, como: Sinduscon, Fiep, Universidades, Sebrae e outras, devam desenvolver conjuntamente programas amplos de capacitação de mão de obra qualificada para o setor da construção civil.
Desta forma, poderemos suprir as demandas por mão de obra qualificada no nosso Estado, além de podermos também nos tornar um centro de referência na capacitação de profissionais qualificados em todos os níveis da construção civil.

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