quarta-feira, 18 de maio de 2011

Profundezas da alma

Olho dentro de mim e parece que não vejo nada, ou, vejo tudo. Tudo que ainda não alcancei tudo que ainda não resolvi tudo que ainda não joguei fora, tudo que ainda não realizei e, finalmente tudo que ainda não senti.
Olho ao meu redor e sinto como se as saídas fugissem da minha alma, do meu ser, dos meus olhos. Sinto-me perdida nos cantinhos mais escondidos de mim. Não consigo mais encontrar dentro de mim aquela chama que ardia e que só acalmava quando eu finalmente alcançava.
Talvez eu esteja carregando o peso de uma vida de lutas, batalhas, algumas vitórias e muito cansaço. Perco-me ao constatar a impotência nesse momento de cuidar das coisas mais importantes da minha vida. Minhas forças parecem sucumbir, meu olhar parece perdido, sem conseguir encontrar o raio de luz que possa me mostra os caminhos a seguir. Como encontrar as respostas se não consigo fazer as perguntas? Como enxergar as saídas se não consigo enxugar meus olhos? Como continuar a luta se me falta a energia? Como acreditar no que me é incerto?
Ainda assim, consigo respirar, sentir, amar, zelar e às vezes até sorrir. Ainda assim consigo manter aceso um fio de fé e é esse fio que não me deixa sucumbir, que me permite emergir de minhas profundezas, que provoca em mim a sensação de que devo continuar. É esse fio de fé que me instiga a crer que devo acreditar que algo irá mudar,  que a luz me encontrará e que tudo vai passar, e, até quem sabe um dia  a plena conquista alcançar. E então poderei me olhar no espelho e dizer a mim mesma que tudo valeu a pena. Anadja

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