quarta-feira, 18 de agosto de 2010

EPS x EC

EDUCAÇÃO PERMANENTE - UMA POSSIBILIDADE DE MUDANÇA


JOSÉ INÁCIO JARDIM MOTA

Escola Nacional de Saúde Pública/MS

Florianópolis/2004



Um cenário a ser encontrado

•“Nessa passagem de milênio uma das tarefas intelectuais mais instigantes será a de fundamentar uma concepção e uma prática vinculada à idéia de saúde, saúde como modo inédito de andar a vida, doença como forma de vida recusada pela vida, saúde como alegria, gozo estético, prazer, axé(energia), solidariedade, qualidade de vida(e de morte), felicidade, enfim” Jairnilson Silva Paim

EDUCAÇÃO PERMANENTE CONSTRUINDO UM CONCEITO

•EDUCAÇÃO PERMANENTE: “estratégia de reestruturação dos serviços, a partir da análise dos determinantes sociais e econômicos, mas sobretudo de valores e conceitos dos profissionais. Propõe transformar o profissional em sujeito, colocando-o no centro do processo ensino-aprendizagem.”(MOTTA)

•É um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças” OMS

•“processo é tudo que esta em constante mutação, sempre inacabado não como um defeito mas como condição de existência”

•“Resultante das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde.

•Saúde como problema complexo.

Produção social, não simplesmente evento biológico.

Conceito afirmativo e amplo (não só combater a doença, mas promover a vida com qualidade).

•Trabalho em saúde envolvendo:

Campo interdisciplinar de conhecimentos, e

Campo intersetorial de práticas.

Conceito afirmativo e amplo de saúde

•Ausência de doença x existência de saúde

•Vida sem doença x vida com qualidade

•Riscos à saúde x chances de vida

•Quantidade de vida x qualidade de vida

•Saúde normativa x saúde sentida (subjetividade)

•Saúde como fim x saúde como capacidade e autonomia

Explicação interdisciplinar da saúde-doença

•Ciência objetiva x ciência compreensiva.

•Ciências biomédicas x Ciências da vida

•Social como variável para explicar x Social como determinante para enfrentar

•Doença como realidade-objeto x doença como realidade também subjetiva

INTERVENÇÃO INTERSETORIAL NA SAÚDE

•Doente objeto x cidadão sujeito

•Ampliação das chances de vida

•Ação nos determinantes da saúde-doença.

•Ampliação das capacidades individuais

•Ampliação das capacidades coletivas / comunitárias

•Construção de ambientes institucionais e societais favoráveis

•Educação não como adestramento, indução de hábitos, mas para potencializar as capacidades humanas, ferramentas para a autonomia.

ALGUNS DESAFIOS

•CONCEITUAL: precisar os conceitos de educação continuada e permanente;

•METODOLÓGICA: desenvolver metodologias que propiciem uma melhor definição dos problemas do trabalho e suas respostas educacionais;

•CONTEXTUAL: reorganização do mundo do trabalho redesenhando cenários;

•POLÍTICA: pactuação entre atores institucionais; inscrever na agenda de gestores a prioridade dos processos educacionais na rede de serviços de saúde.

UM CONCEITO

EDUCAÇÃO CONTINUADA: “alternativas educacionais mais centradas no desenvolvimento de grupos profissionais, seja através de cursos de caráter seriado, seja através de publicações específicas de um determinado campo.”(NUNES)

•Uniprofissional

•Prática autônoma

•Temas de especialidade

•Atualização técnica

•Esporádica

•Centrada na transmissão de conhecimentos



EDUCAÇÃO PERMANENTE:” processos de aprendizagem no trabalho, a partir da reflexão sobre o processo de trabalho, enunciando problemas e necessidades de natureza pedagógica. “(MOTTA)



•Multiprofissional

•Prática institucionalizada

•Problemas de saúde

•Transformação das práticas

•Continua

•Centrada na resolução de problemas



EDUCAÇÃO PERMANENTE:



Novas exigências de desenvolvimento institucional

•A inadequação dos modelos clássicos de gestão para responder tanto as novas exigências do trabalho em saúde, quanto as novas exigências de formação profissional (organização vertical, divisão rígida entre funções técnicas e administrativas, estrutura hierárquica e processos burocraticos / lentos de tomada de decisão).

•A necessidade de re-desenho institucional de modo a dotar as organizações de saúde de capacidade de manejar os problemas de saúde-doença com eficiência e efetividade (mobilizar saberes interdisciplinares e recursos intersetoriais; operar com agilidade e flexibilidade; lidar com relações intersubjetivas e com juízos morais)

Impõe-se um novo modelo que:

•Propicie o trabalho cooperativo, a interação entre as experiências individuais e coletivas; a mobilização dos distintos saberes envolvidos no objeto saúde.

•Fomente a autonomia e a responsabilização dos profissionais, e amplie seu compromisso com a missão institucional e com os resultados em saúde.

•Flexibilize seu planejamento de modo a se beneficiar da aprendizagem institucional que se dá no transcurso das ações; o plano deve dar lugar ao processo

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