Colunistas
19/10/2015 13h13
As enfermidades espirituais podem produzir distúrbios no corpo
físico, pelo processo conhecido como somatizações, tendo como causa desarmonias
psíquicas próprias do enfermo e/ou da influência exercida por entidades
espirituais. As somatizações da primeira categoria indicam disfunções
congênitas, traumas físicos e ou psicológicos. Os distúrbios da segunda
categoria revelam a possibilidade de processos obsessivos de variada
expressão. Ambos os fatores, somatizações e obsessões podem, porém, estar
associados.
As enfermidades espirituais são, então, didaticamente
categorizadas como de baixa, média ou de alta gravidades. É importante,
contudo, considerar que o apoio de familiares e amigos é imprescindível;
o auxílio espírita, associado ao médico/psicológico, sempre que se fizer
necessário, são outros meios capazes de reverter situações desafiantes. Mas,
sobretudo, a fé em Deus e em Jesus, assim como a confiança nos Espíritos
protetores têm efeito inestimável, capaz superar obstáculos aparentemente
intransponíveis.
As enfermidades espirituais de baixa gravidade são mais fáceis de
serem controladas. Costumeiramente surgem em momentos específicos da
existência, quando a pessoa passa por problemas ou provações marcantes: perdas
afetivas ou materiais; doenças físicas; insucesso profissional, separação
conjugal, etc. São situações nas quais as emoções afloram, gerando diferentes
tipos de dificuldades: ansiedade, angústia, medo, dores físicas, como ósseas,
musculares, enxaquecas, etc; distúrbios de digestão (náuseas, cólicas,
azia, má absorção alimentar etc.). São comuns alterações do sono, da atenção e
do controle emocional.
Tais Essas condições podem desaparecer espontaneamente, se o
indivíduo já possui valores morais firmes e demonstra comportamentos positivos
perante a vida (esforço de autodomínio e capacidade de superação de conflitos).
Contudo, tal quadro pode permanecer por tempo indeterminado ou agravar,
sobretudo se há doença física e/ou psíquica subjacente. O hábito da prece, o
evangelho no lar, o passe representam valorosos instrumentos de auxílio,
estimulando a pessoa a elevar o seu padrão vibratório. A mudança de padrão
vibratório favorece a sintonia com benfeitores espirituais, os quais prestam
assistência imediata, necessária ao reajuste psíquico, emocional e físico. A
pessoa recupera, então, as rédeas sobre si mesma, desligando-se de idéias
perturbadoras, próprias ou de outrem.
As doenças espirituais de média gravidade podem prolongar-se por
anos a fio, mantendo-se dentro de um mesmo padrão ou evoluindo para algo mais
sério. Com o passar do tempo, desenha-se um quadro típico de algum tipo
específico de distúrbio, que pode estar associado a outro, por exemplo: insônia
persistente; gastrite e ulceração gástrica; infecções microbianas repetidas;
crises alérgicas costumeiras; dores musculares penosas, formadoras de nódulos
ou pontos de tensão; dificuldades respiratórias seguidas das desagradáveis
“falta de ar”; hipertensão; obesidade ou magreza; crises de enxaqueca
prolongadas, não controláveis ou parcialmente controláveis por medicamentos;
humor claramente afetado, oscilante, determinando crises de irritabilidade e
impaciência incomuns, seguidas de momentos de indiferentismo e
submissão emocionais; episódios depressivos repetidos que podem ser
substituídos por euforia exagerada. O enfermo pode desenvolver comportamentos
que evidenciam “manias” e isolamento social: as suas idéias e os seus
desejos ficam como que girando dentro de um círculo vicioso, favorecendo a
criação de ideoplastias e de formas-pensamento, alimentadas pela própria
vontade do indivíduo e por Espíritos desencarnados,sintonizados nesta faixa de
vibração.
As enfermidades espirituais classificadas como graves, são
encontradas em pessoas que revelam perdas da consciência. A perda da
consciência, lenta ou repentina, pode estar associada a uma causa fisiológica
natural (velhice) ou a patologias, como lesões cerebrais de etiologias
diversas, uso de substancias psicoativas, legais e ilegais. Neste contexto, o
enfermo vive períodos de alheamentos ou de alienações mentais, alternados com
outros de lucidez. São episódios particularmente difíceis, pois a pessoa passa a
viver numa realidade estranha e dolorosa, agravada quando o enfermo
associa-se a outras mentes enfermas, encarnadas ou desencarnadas, estabelecendo
processos de simbioses espirituais.
As orientações espíritas, se aceitas e seguidas,
proporcionam imenso conforto, podendo reduzir ou eliminar o quadro geral das
perturbações, sobretudo se associada às ações médicas e ou psicológicas,
e, também, à assistência familiar. Assim, é preciso desenvolver um persistente
trabalho de renovação mental e comportamental da pessoa necessitada de auxílio.
A prece, o passe, a água fluidificada (magnetizada), a reunião do
Evangelho no lar, a assistência espiritual (atendimento e diálogo fraterno,
frequência às reuniões de explanação do Evangelho e de irradiações espirituais),
o estudo espírita, entre outros, representam instrumentos de auxílio e de
renovação psíquica, disponibilizados pelas Casas Espíritas, em geral.
Mesmo se o doente estiver sob atendimento médico especializado,
no campo da psiquiatria, a fluidoterapia espírita suavizará a manifestação da
doença, tornando mais efetivo o tratamento médico. A assistência espiritual,
oferecida pela Casa Espírita, age como bálsamo, minorando o sofrimento
dos encarnados – doente, familiares e amigos – e dos desencarnados envolvidos
na problemática. O atendimento ao Espírito perturbador ocorrerá nas reuniões de
desobsessão, sem a presença do enfermo encarnado.
As enfermidades espirituais representam uma realidade impossível
de ser ignorada, especialmente nos tempos atuais, que sabemos da
existência de um alerta superior que nos aponta para a urgente
necessidade de avaliarmos a nossa própria conduta moral, desenvolvendo ações e
atitudes compatíveis com a Lei de Amor, Justiça e Caridade. As enfermidades
espirituais deixarão de existir, esclarecem os benfeitores espirituais, quando
nos renovarmos para o bem. Nesse sentido, são oportunas as elucidações do
Espírito André Luiz:
A […] enfermidade, como desarmonia
espiritual […] sobrevive no perispírito. As moléstias conhecidas
no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano, por muito tempo
persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A dor é
o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as
peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos de que se vale a
nossa inteligência para desenvolver-se na jornada para a vida eterna. Depois do
poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos,
compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a
nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos
para nós mesmos (¹)
Referência Bibliográfica
(¹)
XAVIER, Francisco Cândido. Entre
a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 5.ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1972. Cap. 22, p. 134.
http://www.febnet.org.br/blog/geral/enfermidades-espirituais
Marta
Antunes de Moura
Doutrina
Espírita: Filosofia, Ciencia e Religião
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