quarta-feira, 9 de maio de 2012

Assistência estudantil - Luiz Renato de Araújo Pontes



As universidades públicas brasileiras, como todas as universidades no mundo, têm a participação dos diferentes segmentos sociais. Os nossos estudantes do ponto de vista socioeconômico apresentam um perfil dos mais variados, pertencendo a famílias verdadeiramente carentes até as mais abastadas.

Por muito tempo escutamos críticas às universidades, por parte da sociedade, no sentido de que nas instituições de ensino superior públicas do Brasil estudam os filhos de ricos, restando apenas às instituições privadas para os de menor poder aquisitivo. Uma das razões é o fato da baixa qualidade das escolas públicas de ensino fundamental e médio, fazendo com que os estudantes dessas escolas tenham dificuldade no processo seletivo das universidades públicas; enquanto, que os de maior poder aquisitivo estudam em escolas privadas de melhor qualidade, facilitando assim o acesso a essas universidades. É necessária uma política mais agressiva por parte dos governos no sentido de melhorar a qualidade das escolas públicas do ensino fundamental e médio, possibilitando assim igualdade de condições dos estudantes no processo seletivo. 

A concentração das universidades nas grandes cidades também dificulta o deslocamento e permanência dos estudantes carentes nessas cidades. Iniciativas por parte do governo como: expansão das universidades nas diferentes cidades do interior do país, aumento do número de vagas e programas de cotas, estão possibilitando o acesso às universidades públicas de um número maior de estudantes provenientes de famílias carentes. Entretanto, é preciso que as universidades utilizem bem os recursos provenientes do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) do Governo Federal para que o estudante possa ter as condições necessárias de se manter durante todo o seu curso. O Pnaes oferece assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, a saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. As ações são executadas pela própria instituição de ensino, que deve acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa.

Fui estudante na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e hoje como professor verifico que os mesmos problemas que todos nós do movimento estudantil reivindicávamos com relação à assistência estudantil, como, por exemplo: biblioteca, assistência à saúde, restaurante e residência universitária continuam até hoje. É preciso que os dirigentes das universidades entendam que a assistência estudantil é importante para a boa formação de nossos estudantes, sobretudo para os mais carentes.
   

Luiz Renato de Araújo Pontes
                    Professor e pesquisador da UFPB        professorluizrenato@gmail.com


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