Hoje
pela manhã (28/02/2012), como de costume, fui a rodoviária de João
Pessoa com o objetivo de pegar o transporte alternativo com destino a
Pedras de Fogo - PB. Como sempre cheguei e fiquei aguardando o carro da
vez concluir a lotação para segurimos viagem. Era umas 08:00, olho a
minha frente e vejo uma criança de aproximadamente uns 11 anos, dormindo
num cantinho da calçada, com gente passando para lá e para cá. A
criança simplesmente se espreguiçou, virou-se e continuou a dormir.
Infelizmente observei que a criança aparentava usar drogas. Mas, me
chamou mesmo a atenção foi o modo como ela dormia: parecia estar num
quarto bem confortável, numa cama bem gostosa, com toda a privacidade e
tranquilidade que um ser humano tem direito em suas horas de sono. Então
eu fiquei pensando na triste realidade daquela criança, que, pelo jeito
que dormia, pelo menos em seus sonhos, ela estava num lugar
aconchegante. Percebi que outras pessoas passavam e olhavam com uma
expressão de tristeza pela cena, mas, assim como eu, seguiam seus
destinos. Fiqueie me perguntando os motivos que levaram aquela criança a
estar naquela situação. Sei que devem ter sido vários motivos, mas,
fiquei pensando onde estariam os pais, a família, parentes daquela
criança, que parecia ser sozinha no mundo. Eu sempre falo onde posso, da
necessidade de se planejar a martenidade, se organizar para ter filhos,
em todos os aspectos. É tão grave, tão profundo o que uma vida
desestruturada causa num ser humano, que não consigo encontrar palavras
para expressar. Mas, olhando para aquela criança, só reforçou o que
penso: é preciso planejamento e muita responsabilidade para se colocar
um ser no mundo. É fundamental considerar o aspecto econômico, pois sem
romantismos, tudo gira em torno de dinheiro, é o que garanti nossa
sobrevivência e qualidade de vida. Um casal com a vida financeira
estruturada poderá oferecer aos seus filhos uma vida confortável,
segura, uma boa educação..... Isso com certeza interfere no lado
afetivo, no equilíbrio emocional da família. Sei que há casos que fogem a
regra, onde uma pessoa que as vezes tem tudo de melhor, escolhe um
caminho espinhoso, mas, na maioria dos casos a desestrutura familiar, a
falta de condições econômicas, a falta de acesso a oportunidades
positivas importantes para a vida de um@ cidadão (a) contribui
fortemente para o aumento das crianças, jovens... que consomem drogas,
que se prostituem, e da violência física e mental contra si própri@ e
contra as pessoas, e por ai vai. Percebi então que o olhar está
banalizado mesmo, pois essas coisas que vemos, estam ali infelizmente
,cotidianamente. Mas, só conseguimos enxergar o real quando por um
motivo ou outro paramos diante de certas cenas, assim como aconteceu
comigo. Confesso que me senti impotente, egoísta e triste. E, por mais
que eu reconheça que há pessoas, projetos e instituições que
desenvolvem trabalhos buscando a superação dessas questões, creio eu
que há algo bem mais profundo que está nos faltando, o amor à vida e o
respeito ao outro e o que não nos falta são fatos que comprovem essa
realidade. Anadja
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