segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Escola na comunidade - Luiz Renato de Araújo Pontes


A escola ao longo do tempo tem sido o local apropriado para todos nós obtermos a nossa formação educacional desde o ensino fundamental e médio até a formação universitária. É na escola, caso ela tenha uma boa infra-estrutura, bons professores e metodologia adequada, que poderemos adquirir competências e habilidades além de construirmos a nossa formação cidadã.

No Brasil, atualmente, temos duas categorias de escolas: a escola privada e a escola pública. Com relação ao ensino fundamental e médio, os últimos indicadores mostraram que os alunos das escolas públicas, lamentavelmente, não estão tendo uma boa formação educacional que garanta uma perspectiva futura de obter através dos estudos um espaço melhor na sociedade.

A crise destas escolas públicas, sobretudo daquelas situadas na periferia, envolve, além de uma carência na formação desses alunos, o clima de violência, muitas vezes relacionadas ao tráfico de drogas.

Nos últimos anos, a discussão da implantação da escola integral tem sido amplamente debatida e os diferentes governos, municipais, estaduais e federais, começam a colocar em prática. Entretanto, a escola integral não pode ser apenas um espaço onde o aluno permaneça maior tempo. É preciso que a metodologia de ensino seja adequada para esse tipo de escola, fazendo com que o aluno tenha uma formação educacional e intelectual plena e ao mesmo tempo prazerosa. Caso contrário, o aluno se sentirá apenas confinado em um espaço sem nenhum atrativo, tornando-o ainda mais distante de seus familiares e amigos, com resultado na sua formação aquém do que todos nós desejamos.

O Ministro da Educação Fernando Haddad vem defendendo a abertura de mais escolas de tempo integral, uma maior aproximação das escolas com as comunidades locais e deseja também que elas funcionem nos finais de semana. Sempre defendi a abertura das escolas públicas nos finais de semana, sejam do ensino fundamental, médio ou universitário, como forma de interagir com as comunidades em seu entorno. Esta interação pode se dar de várias maneiras: cursos de extensão nas diferentes áreas e habilidades, eventos artísticos, culturais e esportivos, programas de leituras, final de semana cidadã, etc., ou seja, aproximar e retribuir para estas comunidades que as mantém.

Algumas pessoas resistem a essa ideia de abertura das universidades nos finais de semana, alegando a questão da violência e consequentemente da segurança. Acredito que quando as comunidades perceberem que estas escolas estão interagindo com ela de forma efetiva e construtiva, elas mesmas passarão a se sentir de fato membros integrantes destas escolas e consequentemente farão todos os esforços para protegê-las.

Luiz Renato de Araújo Pontes
Pró-Reitor/UFPB/SIUSP, Pesquisador, Coordenador do Laboratório de Materiais e Produtos Cerâmicos – LMPC/CT/UFPB.

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