Durante a Semana do Meio Ambiente tive a oportunidade de participar de uma mesa redonda composta por Dom Aldo Pagoto, Arcebispo da Paraíba, e Jorge Camilo, vereador do Partido dos Trabalhadores, em João Pessoa. Cidades Sustentáveis foi o tema proposto para discussão e debate com os presentes.
Luiz Renato de Araújo Pontes
Pró-Reitor/UFPB
Nos últimos anos, tem-se intensificado os debates e estudos por especialistas visando encontrar alternativas que viabilizem cidades sustentáveis e desenvolvimento urbano sustentável.
As cidades tradicionais como nós conhecemos estão entrando em colapso. Uma forte concentração populacional urbana, somada a uma grande diferença socioeconômica e educacional entre a população, promove uma dificuldade a mais para atingirmos a sustentabilidade de nossas cidades. Essas diferenças socioeconômicas e educacionais repercutem diretamente sobre dois pontos importantes, no meu ponto de vista, imprescindíveis para termos uma cidade sustentável: impactos ambientais e segurança.
As pessoas que habitam os centros urbanos brasileiros vivem um clima de terror em função da violência, divulgada todos os dias pela mídia local ou nacional. Elas, cada vez mais se isolam dentro de suas casas, condomínios ou edifícios cercados por muralhas e sistemas de vigilância que não deixam a desejar a nenhum presídio federal, no Brasil ou no mundo.
Em uma cidade sustentável espera-se que as pessoas possam conviver em harmonia e tenham a tranquilidade para deslocarem-se de um ponto a outro da cidade de forma coletiva, através de transporte de massa de qualidade, não tendo que utilizar individualmente seus carros, gerando mais congestionamento e poluição ambiental.
A falta de uma política pública mais eficiente nas grandes cidades faz com que uma parte da população desfavorecida viva em áreas de extrema pobreza, comparável a alguns países mais pobres da África. Esses bairros tornam-se menos atrativos para investimentos, competitividades, além de ser um fator que ameaça a coesão social e a segurança nas cidades.
Acredito que apesar de todas as dificuldades, é importante continuarmos avançando e buscando novos meios de organização para nossas cidades com o objetivo de atingirmos as cidades sustentáveis, ou seja, as cidades do futuro. Entretanto, enquanto o nosso país não erradicar: a extrema pobreza de nossos irmãos brasileiros, a violência e a corrupção nos diferentes níveis, as futuras cidades sustentáveis brasileiras não passarão de um sonho.
A sustentabilidade de uma cidade passa necessariamente pela sustentabilidade de seu ator principal: o homem.
Pró-Reitor/UFPB
Realmente, enquanto não houver sérias mudanças na Legislação sobre segurança pública e políticas para uma distribuição de renda justa, bem como geração de renda/emprego. As cidades sustentáveis ficarão só no papel, ou, serão faz de conta. Anadja
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