quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"O pau só quebra na cabeça dos mais fracos"

Recebi um e-mail, cujo conteúdo me emocionou. É lamentável que tantos trabalhadores estejam sem perspectiva nesse momento, mas, a verdade é "O pau só quebra na cabeça dos mais fracos". Em solidariedade, resolvi postar o desabafo de um servidor no meu blog:

"Ao que parece os meios de comunicação não estam discutindo com muita ênfase a situação. Mas, por considerar o desabafo muito mais como uma análise da situação resolvi enviar para alguém que possa, pelo menos, falar em favor de tantos que estam sofrendo nesse momento por perder seus anos de dedicação ao serviço público, sem se quer um OBRIGADA. O  Ministério da Saúde implantou algumas políticas que, na prática está longe de funcionar, como exemplo, a Política de Gestão do Trabalho e  a de Humanização. A política de Gestão do Trabalho trata da desprecarização do serviço público, onde busca fazer cumprir a Lei de que todo servidor público deve entrar no serviço público através de concurso. Trata ainda da questão do vínculo e da valorização do trabalhador. Contudo, Os trabalhadores que estam hoje no serviço público sem vínculo são frutos de práticas históricas no País, além disso, o próprio governo federal historicamente colaborou bastante ao implantar programas como Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família e outros sem exigir concurso público para inserção do profissional. Gostaria de ressaltar que não estamos tratando de números numa folha de pagamento e sim de vidas, famílias que, por falta de emprego para tanta gente, as vezes se submetem a trabalhar sem garantia de seus direitos, mas, para sobreviver dignamente. Essas pessoas, comem, dormem, compram, contribuem com impostos, contribuem com os comerciantes, nãosãoapenas números ou códificados, é como estam tratando aqueles que não possuem vínculo no Estado. Mas, esses dedicaram seu tempo sua vida ao serviço público e, por tanto merecem respeito ou pelo menos agradecimento "um muito obrigada" isso é o mínimo, pois não são sacos vazios, não são objetos descartáveis, são trabalhadores com experiências,  acúmulos onde o próprio Estado ao longo do tempo investiu recurso público qualificando esses trabalhadores. Concordo que a Lei se cumpra e que todo trabalhador do serviço público seja concursado, até para terem seus direitos garantidos e serem valorizados, mas, não se pode mudar uma situação construída ao longo dos tempos sem planejamento, de forma bruta, seria necessário planejar, construir estratégias para aos poucos sanar a situação. Essa situação de precarização do trabalho no serviço público é algo que foi sendo construída ao longo do tempo, é histórico e esiste em todos os serviços públicos e, por tanto, não se pode resolver numa canetada só, estamos falando de vidas, trabalhadores e não apenas de uma folha de pagamento".


 " As nossas condições financeiras, afetivas, físicas ajudam muito, mas a nossa condição emocional é a mais importante. Quando se crê na possibilidade da vitória, nossas emoções se reúnem com as outras condições, fortalecendo-as, e nos ensinam qual a decisão adequada a tomar. Não se pode ganhar uma guerra se não acreditar na vitória.Quem não acredita, não tem estímulo e não tem motivação. Quem não tem estímulo e motivação não tem emoção.        
     Confesso que é assim que estou me sentindo, sem emoção,sem estímulo e sem motivação devido as fragilidades , atribulações e a somatização  do que estou passando, assim como várias outras pessoas também, e,  presenciando colegas conhecidas  ou não,  com quem convivemos, dentre outros,  indo embora  de uma maneira tão brutal e desumana, me  sinto  fraca, inútil e impotente. Já chorei  tanto hoje que preciso me controlar se não enloqueço, e o pior é não deixar que  os meus (filho, marido, e nora)  percebam,  porque sou eu quem lhes dou forças, Louvo e agradeço a Deus por tudo,  e por poder pagar minhas contas nesses dois meses, e quem não tem como? Vamos nos colocar no lugar deles(as).
       “ Ninguém em sã consciência pode torcer  para o atual Governo dar errado. Agora, como tem soado estanho toda essa cantilena que o Estado está quebrado. Num dia, falam em dívidas de R$ 800 milhões  noutro, que beira  R$ 1,2 bilhão. Se o Estado vinha honrando o pagamento da folha em dia, até agora, é sinal de que não está quebrado. Será que o governo anterior era mágico, pois como se sabe, vinha mantendo a máquina  em dia e dando até aumento. Não é justo atingir os servidores. Ilegais ou não, eles não tiveram culpa de terem sido nomeados. E foram nomeados, é bom que se diga, por muitos dos atuais detentores de mandato, que hoje lavam as mãos e se fazem de conta que não é com eles. E a maior coincidência é essas demissões acontecerem exatamente na mudança de Governo. Nem antes, nem depois. No exato momento, como algo escrito nas estrelas, algo programado para desafogar a folha de pessoal e afogar em mágoas milhares de
servidores humildes, hoje vivendo na amargura da falta de expectativa futura.
           O mais curioso é que a recomendação do MP pros municípios demitirem os prestadores vem de muito antes. Bem antes da recomendação feita ao Estado. A Prefeitura de João Pessoa, por exemplo, possui cerca de 10 mil (segundo o TCE), e não demitiu  nenhum, que se saiba. Já o estado, com aval do MP, foi fulminante.
          E todas essas demissões ocorrem com uma frieza assombrosa. Como se fosse absolutamente natural. Só queria entender... dizem  que precisam enxugar a folha de pagamento, e  porque estão recebendo Curriculum e nomeando pessoas?  Assim como guardando “vagas “, fora outros que estão p/ chegar.,
          Ninguém leva em consideração a tragédia que tem se abatido na vida de milhares de famílias. Tudo em nome de um caos que vem sendo apregoado todos os dias como verdade absoluta. O que torna essa operação limpeza muito mais cruel,  milhares de servidores  se tornam mártires dessa  operação.  Ele continua o mesmo.
            Será necessário mesmo se colocar a grande maioria que ganha pouco para trabalhar dois  expediente? Será que dividir os funcionários em turno da manhã e tarde e cobrar que façam seu melhor trabalho não seria mais coerente?  
              E ai, como vai ficar nossa carga horária? Para aqueles que não são comissionados?
            Espera-se que o novo Governador, com o conhecimento de causa que o tem, não repita ou imponha mais injustiças aos mesmos, até porque todos sabem que ele, alem de ser uma cria dos movimentos sociais também sempre esteve nas lutas ao lado desses mesmos servidores, inclusive os incentivando a fazerem greve por melhorias, será que ele mudou  ou o poder já subiu a sua cabeça? O que não é aceitável é se querer mostrar serviço em cima da desgraça dos outros, isto não é humano.
           Só queria que o governador pensasse um pouco e diante de tantas atitudes radicais , que sei  que precisam  ser tomadas, repensassem um pouco sobre essa exigência. Não é bom começar um mandato instigando  uma classe já tão sofrida.  chega de massacre, vamos esperar para ver o custo dessas mudanças.
           “ Arremate: Finalizando, deixo uma pergunta  para quem quiser responder: cadê os que se dizem representantes das classes dos servidores, será que estão todos surdos ou no poder? A quem de direito responder.

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