Em certos momentos da vida é preciso tomar decisões que interferem em todo o contexto de nossa existência. Quando somos jovens, geralmente temos a ingênua idéia de que tudo podemos, tudo vai dar certo, tudo vai se ajeitar. Geralmente conseguimos consertar algumas coisas, outras não. Continuamos a seguir nossos caminhos aumentando nossa bagagem de encantos e desencantos, erros e acertos, perdas e conquistas. Não posso mudar o passado e, às vezes, aprender com ele é difícil. Quanto ao presente, vamos tocando adiante, como uma montanha russa. O futuro depende do hoje e é por isso que é tão incerto, vez ou outra.
Sinto-me perdida, mesmo quando eu mais deveria estar segura, fruto dos passos/deslizes. Acho meio tarde para tomada de decisões radicais, aos quarenta e algumas coisas. Milhões de sentimentos mexem com todo o meu ser, inclusive aqueles que eu não gostaria de tê-los. Meus devaneios me levam para tão longe que por alguns instantes não quero voltar, mas, a realidade (aquela que construí) me chama de volta.
De repente, respiro fundo, tenho que continuar a acreditar, superar, sonhar, sacudir a poeira e continuar a caminhada. Às vezes sinto-me explorada, sugada, virada do avesso para proteger, acolher, zelar pelos meus amados. Nessa doação sinto-me completamente desprotegida de mim mesma, jogada ao último lugar, para depois mesmo. Quando me canso, busco renovar minhas forças, acreditando, confiante de que tudo vai dar certo, que as pessoas vão amadurecer, crescer, vão me proteger, vou vencer, então, continuo nos meus caminhos até que se inicie um novo ciclo da vida.
Anadja Rios
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