domingo, 6 de janeiro de 2013

Solidariedade humana - Professor Luiz Renato

 
O espírito de solidariedade humana deve estar presente em todas as pessoas independente da condição social e econômica.  É através da solidariedade que todos podem exercitar a grandeza da natureza humana, evoluindo e caminhando na direção de um mundo melhor.

Em vários momentos temos observado ao redor do mundo o espírito de solidariedade das pessoas se manifestarem através das grandes calamidades: enchentes, estiagens prolongadas, terremotos, epidemias. São eventos que devastam residências, promove à fome, mortes, tristeza e sentimento de impotência entre aqueles atingidos por essas tragédias.

Atualmente, as tragédias humanas são apresentadas pela grande mídia e redes sociais, propiciando assim que a informação chegue em tempo real nas casas e pessoas. Desta forma cria-se uma rede de solidariedade onde cada um, sensibilizado com a situação, procura se solidarizar da melhor forma dentro do seu alcance.

Entretanto, o homem, ainda em evolução, carrega contradições importantes na sua natureza que o leva a ter um comportamento humano e solidário em um determinado momento e em outro momento um comportamento extremamente individualista e egoísta.

Recentemente, uma manchete em um blog na rede social me chamou atenção: “Trem arrasta carro por 30 metros; populares não socorrem vítimas e saqueiam carga”.  Segundo a matéria, um comerciante tinha feito compras em um supermercado varejista, e ao retornar para casa ele foi atingido por um trem na Ilha do Bispo, ficando ele e os passageiros presos nas ferragens. Apesar da situação grave das vítimas a população preferiu saquear as compras do comerciante a chamar o resgate.

Ao comentar esse fato com um colega ele tentou justificar que a reação daquelas pessoas deve-se ao fato de viverem em condições de extrema pobreza. Entre salvar as vitimas e aliviar por um instante a situação de miséria através do saque, eles preferiram saquear as compras do comerciante. Na sua ótica, o homem com fome vira fera, responde apenas pelo seu instinto, deixa de ser racional.

Para rebater o seu argumento, citei um caso que teve grande repercussão na França. Um jornalista preferiu filmar o afogamento de uma criança a tentar socorre-la. Nesse caso o jornalista era bem pago pela empresa de comunicação e consequentemente não estava vivendo em situação de miséria.

Acredito, entretanto, que a humanidade avançou bastante nas ciências, nas tecnologias, nas artes, mas está cada vez mais decadente do ponto vista ético, moral e humano. É preciso reconstruir o homem e os seus princípios, na sua forma integral.

Luiz Renato de Araújo Pontes

É Professor e Pesquisador da UFPB, Presidente do IDEP – Instituto UFPB de Desenvolvimento da Paraíba e Coordena o Laboratório de Materiais e Produtos Cerâmicos – LMPC/CT/UFPB.


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