O espírito de solidariedade humana deve estar presente
em todas as pessoas independente da condição social e econômica. É através da solidariedade que todos podem
exercitar a grandeza da natureza humana, evoluindo e caminhando na direção de
um mundo melhor.
Em vários momentos temos observado ao redor do mundo o
espírito de solidariedade das pessoas se manifestarem através das grandes
calamidades: enchentes, estiagens prolongadas, terremotos, epidemias. São
eventos que devastam residências, promove à fome, mortes, tristeza e sentimento
de impotência entre aqueles atingidos por essas tragédias.
Atualmente, as tragédias humanas são apresentadas pela
grande mídia e redes sociais, propiciando assim que a informação chegue em
tempo real nas casas e pessoas. Desta forma cria-se uma rede de solidariedade
onde cada um, sensibilizado com a situação, procura se solidarizar da melhor
forma dentro do seu alcance.
Entretanto, o homem, ainda em evolução, carrega
contradições importantes na sua natureza que o leva a ter um comportamento
humano e solidário em um determinado momento e em outro momento um
comportamento extremamente individualista e egoísta.
Recentemente, uma manchete em um blog na rede social
me chamou atenção: “Trem arrasta carro por 30 metros; populares não socorrem
vítimas e saqueiam carga”. Segundo a
matéria, um comerciante tinha feito compras em um supermercado varejista, e ao
retornar para casa ele foi atingido por um trem na Ilha do Bispo, ficando ele e
os passageiros presos nas ferragens. Apesar da situação grave das vítimas a
população preferiu saquear as compras do comerciante a chamar o resgate.
Ao comentar esse fato com um colega ele tentou
justificar que a reação daquelas pessoas deve-se ao fato de viverem em condições
de extrema pobreza. Entre salvar as vitimas e aliviar por um instante a
situação de miséria através do saque, eles preferiram saquear as compras do
comerciante. Na sua ótica, o homem com fome vira fera, responde apenas pelo seu
instinto, deixa de ser racional.
Para rebater o seu argumento, citei um caso que teve
grande repercussão na França. Um jornalista preferiu filmar o afogamento de uma
criança a tentar socorre-la. Nesse caso o jornalista era bem pago pela empresa
de comunicação e consequentemente não estava vivendo em situação de miséria.
Acredito, entretanto, que a humanidade avançou
bastante nas ciências, nas tecnologias, nas artes, mas está cada vez mais
decadente do ponto vista ético, moral e humano. É preciso reconstruir o homem e
os seus princípios, na sua forma integral.
Luiz Renato de Araújo
Pontes
É Professor e Pesquisador da UFPB, Presidente do IDEP
– Instituto UFPB de Desenvolvimento da Paraíba e Coordena o Laboratório de
Materiais e Produtos Cerâmicos – LMPC/CT/UFPB.
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