segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Diploma universitário - Prof. Luiz Renato

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou recentemente o relatório “Education at a Glance 2012” (“Um olhar para a educação”). O relatório faz uma análise dos sistemas de ensino dos 34 países membros da OCDE, além de países como Brasil, Argentina, China Indonésia, Rússia, Arábia saudita e África do Sul.
Entre os diferentes dados levantados, o relatório mostrou que no Brasil a relação entre diploma universitário e emprego é bastante significativa. A cada 10 homens com diploma de ensino superior, entre 25 e 64 anos de idade, nove estão empregados. Levando em consideração as mulheres, o índice é de 85,6%.
No Brasil, o diploma de ensino superior sempre foi perseguido pela grande maioria da população brasileira na perspectiva de realizar o sonho profissional, além de conseguir uma melhor condição social e econômica.
O grande número de jovens que a cada ano procuram se submeter a um vestibular em uma universidade federal é impressionante. Em função da procura, o governo brasileiro, através de programas específicos para educação superior, promoveu a expansão das universidades federais, aumentando consideravelmente as vagas nas instituições federais. Além de promover igualmente programas de financiamento educacional para alunos em universidades privadas.
Entretanto, vale salientar que nem todos que procuram um diploma de ensino superior, no nosso país, gostariam de estar fazendo uma universidade. Alguns, talvez, preferissem fazer um curso técnico. Mas, em função dos baixos salários, em geral, pagos aos técnicos buscam um diploma universitário.
As escolas técnicas federais sempre foram consideradas instituições de excelência. Fui aluno da Escola Técnica Federal da Paraíba e pude constatar a qualidade do ensino daquela instituição. Durante todo o dia nossas atividades eram divididas em aulas teóricas, aulas experimentais e atividades esportivas e culturais, enfim, uma formação integral. Alguns laboratórios eram mais bem equipados que os próprios laboratórios da UFPB. Entretanto, apesar da excelente formação técnica, praticamente todos da minha turma optaram pelo ingresso nas universidades. Motivados pelas diferentes vocações de cada um, mas igualmente pela desvalorização, na época, de um diploma de técnico.
É preciso renumerar melhor os profissionais de nível técnico, caso contrário, vamos ter todos com diploma de ensino superior, mas subempregados.
Luiz Renato de Araújo Pontes
É Professor e Pesquisador da UFPB e Coordena o Laboratório de Materiais e Produtos Cerâmicos – LMPC/CT/UFPB.

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