A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
divulgou recentemente o relatório “Education at a Glance 2012” (“Um
olhar para a educação”). O relatório faz uma análise dos sistemas de
ensino dos 34 países membros da OCDE, além de países como Brasil,
Argentina, China Indonésia, Rússia, Arábia saudita e África do Sul.
Entre os diferentes dados levantados, o relatório mostrou que no
Brasil a relação entre diploma universitário e emprego é bastante
significativa. A cada 10 homens com diploma de ensino superior, entre 25
e 64 anos de idade, nove estão empregados. Levando em consideração as
mulheres, o índice é de 85,6%.
No Brasil, o diploma de ensino superior sempre foi perseguido pela
grande maioria da população brasileira na perspectiva de realizar o
sonho profissional, além de conseguir uma melhor condição social e
econômica.
O grande número de jovens que a cada ano procuram se submeter a um
vestibular em uma universidade federal é impressionante. Em função da
procura, o governo brasileiro, através de programas específicos para
educação superior, promoveu a expansão das universidades federais,
aumentando consideravelmente as vagas nas instituições federais. Além de
promover igualmente programas de financiamento educacional para alunos
em universidades privadas.
Entretanto, vale salientar que nem todos que procuram um diploma de
ensino superior, no nosso país, gostariam de estar fazendo uma
universidade. Alguns, talvez, preferissem fazer um curso técnico. Mas,
em função dos baixos salários, em geral, pagos aos técnicos buscam um
diploma universitário.
As escolas técnicas federais sempre foram consideradas instituições
de excelência. Fui aluno da Escola Técnica Federal da Paraíba e pude
constatar a qualidade do ensino daquela instituição. Durante todo o dia
nossas atividades eram divididas em aulas teóricas, aulas experimentais e
atividades esportivas e culturais, enfim, uma formação integral. Alguns
laboratórios eram mais bem equipados que os próprios laboratórios da
UFPB. Entretanto, apesar da excelente formação técnica, praticamente
todos da minha turma optaram pelo ingresso nas universidades. Motivados
pelas diferentes vocações de cada um, mas igualmente pela
desvalorização, na época, de um diploma de técnico.
É preciso renumerar melhor os profissionais de nível técnico, caso
contrário, vamos ter todos com diploma de ensino superior, mas
subempregados.
Luiz Renato de Araújo Pontes
É Professor e Pesquisador da UFPB e Coordena o Laboratório de Materiais e Produtos Cerâmicos – LMPC/CT/UFPB.
E-mail: professorluizrenato@gmail.com
Web site: http://www.professorluizrenat
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