Informativo Eletrônico da SE/CNS para os conselheiros nacionais – Ano VII, Brasília, 08/11/2011.
Prezado (a) conselheiro (a),
Encaminhamos o clipping de notícias publicadas nos jornais, revistas e sites de todo o país. O objetivo é oferecer aos conselheiros nacionais um apanhado das matérias sobre o CNS, além daquelas que trazem assuntos em debate no Conselho e as de interesse do controle social.
Brasília, 08 de novembro de 2011
Correio Braziliense/BR
Cidades sem estrutura para combater o crack
BRASIL
SAÚDE PÚBLICA
Segundo pesquisa da CNM, serviços de internação são oferecidos em 19% dos municípios brasileiros. Grupos de enfrentamento só atuam em 12%
JULIANA BRAGA
LARISSA LEITE
Os municípios brasileiros não têm estrutura para atender seus dependentes químicos. Essa é uma das conclusões do levantamento apresentado ontem pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que mostra quadro assustador: somente 19% das cidades possuem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), responsáveis pelas internações; e apenas 12,4% contam com conselhos antidrogas, que cuidam das políticas de enfrentamento locais. Segundo a instituição, faltam políticas claras, incentivos e recursos dos governos estaduais e federal.
Para a professora de psicologia da Universidade de Brasília (UnB) Fátima Sudbrack, a situação pode ser ainda pior, já que a presença do serviço não significa que os profissionais estão capacitados. Sudbrack acredita que é necessário capacitar médicos e outros profissionais de saúde - que também podem identificar o problema ainda no início dele. "O usuário está circulando nesses serviços. É preciso fazer uma atualização das equipes para reparar os indícios e receber esse público", diz.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, aponta outra face preocupante da falta de estrutura para atender dependentes químicos. Segundo ele, os Caps existentes são conduzidos de uma maneira inadequada. "A maioria tem atendimento multisetorial, não é específico ao combate ao crack", explica, referindo-se ao atendimento de pacientes com enfermidades mentais.
De acordo Ziulkoski, o custo de manutenção dessas estruturas é alto e recai sobre os prefeitos, pois outras esferas federativas não assumem a responsabilidade. "As prefeituras é que estão na ponta, sofrendo as consequências dessa avalanche causada pela falta de prevenção", critica.
Psiquiatra e membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Carlos Salgado defende que a proliferação do crack na sociedade está aliada à deficiência da atenção em saúde do país. "Em dependência química, a falta de assistência está presente como um fenômeno que não acompanhou o crescimento do uso de drogas", afirma. Ele defende que ações municipais devem estar baseadas em diretrizes de uma política federal. "Temos assistido apenas a ensaios para essas políticas de combate ao crack, que tendem a ficar no papel e sempre tropeçam no orçamento." Salgado reforça que muitos dirigentes municipais ficam "pouco entusiasmados" na instalação de unidades de atendimento específicas pois sabem que não terão um respaldo financeiro para mantê-las.
Moradores de rua
A estrutura mais ausente nos municípios são os Centros de Referência Especializados da Assistência Social para a População em Situação de Rua. "É onde a demanda cresce cada vez mais. São as pessoas que já estão caindo, matando e roubando", detalha Ziulkoski. Eles só existem em 1,6% das cidades. O serviço mais presente é o Conselho Tutelar (em 98,6% das cidades) e, segundo Ziulkoski, essa oferta se deve à pressão exercida pelo Ministério Público para o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê a existência dessa entidade. Também aparecem em maior quantidade (em 32,3% das cidades) estruturas de apoio não institucionais, como igrejas, instituições do terceiro setor e filantrópicas.
Sudbrack vê com receio esse tipo de tratamento. "A questão tem que ser assumida pelo Estado porque envolve saúde pública. Pessoas que não têm convicções religiosas também têm direito a tratamento, e ele tem que ser isento", justifica. A pesquisa consultou por telefone 4.430 municípios. Em uma segunda etapa, as prefeituras receberam senhas para alimentar, em tempo real, um formulário disponibilizado na internet sobre serviços prestados.
Brasília, 08 de novembro de 2011
O Povo - Fortaleza/CE
Ministério da Saúde | Órgãos Vinculados | SUS
A privatização dos hospitais federais universitários
OPINIÃO "O modelo que defendemos para esses hospitais deve ser estatal"
Assistimos com muita tristeza a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 1749 que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Empresa com Personalidade Jurídica de Direito Privado que tem como objetivo a privatização da gestão do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal do Ceará (UFC) e de outros 44 hospitais universitários federais, com a falsa justificativa de resolver a situação dos quase 27 mil trabalhadores terceirizados.
Quando se analisa esse projeto, se chega à conclusão que o objetivo é entregar à iniciativa privada a gestão desses hospitais, em total desrespeito ao arcabouço jurídico do Sistema Único de Saúde (SUS), além de ferir a autonomia universitária garantida por lei. O modelo que serve de referência para a criação dessa empresa é o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, único hospital universitário federal que tem sua gestão privatizada, sendo caracterizado como hospital de dupla porta, isto é, que atende ao SUS e ao privado, pois tem parceria com 35 planos de saúde e consequentemente reduz o atendimento da população mais pobre. Essa empresa estará dispensada de licitar suas compras e não tem que dar satisfação aos conselhos de saúde.
O modelo que defendemos para esses hospitais deve ser estatal e que obedeça ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Os hospitais universitários são centros de excelência em pesquisa e qualificam profissionais de saúde.
Os governos de Collor e de Fernando Henrique tentaram implantar no Brasil esta política neoliberal de tornar o estado mínimo, principalmente na área de saúde e educação, e fracassaram. Parte da esquerda que tanto lutou contra a privatização dessas áreas hoje vota a favor no Congresso. Ao entregar a gestão desses hospitais públicos à iniciativa privada, como ficarão as pesquisas e a formação dos profissionais?
Sabemos que o lucro é a essência do capitalismo e que, ao gerenciar esses hospitais, os empresários da saúde não vão colocar seus patrimônios a serviço do público.
A onda de privatização dos SUS através das OSs, OSCIPs, Fundações Estatais de Direito Privado, Parceria Público Privado e EBSERH, tem colocado em risco a saúde pública. OSUS tem que continuar sendo estatal. A responsabilidade de sua gestão tem que ser pública e a sua universalidade tornou-se um direito social garantido pela nossa constituição. Não podemos deixar que o governo tido como democrático e popular anule uma das maiores conquistas do povo brasileiro. O SUS é um patrimônio nosso e nenhum governo pode tirá-lo.
José Maria Pontes - josemariapontes@gmail.com
Presidente do Sindicato dos Médicos
Brasília, 07 de novembro de 2011
Correio Braziliense/BR
Ministério da Saúde | Órgãos Vinculados | SUS
Conta de R$ 100 bi
ECONOMIA
ACIDENTES CUSTAM UMA FÁBULA AO PAÍS
PROFISSÃO PERIGO
Quase metade dos casos acaba em afastamento superior a 15 dias, incapacidade permanente e morte
ANA D ANGELO
Uma ocorrência gera ainda outros problemas e despesas, que engordam o custo dos acidentes no país. As empresas arcam com o salário dos primeiros 15 dias de afastamento (a partir do 16º dia, é o
INSS que paga) e custos com interrupção do trabalho, substituição e treinamento de mão de obra, dano em maquinário, atraso em cronograma de entrega, multas, aumento da contribuição do seguro de acidente e pagamento de indenizações.
Pelo menos 46% dos acidentes, incluídos as doenças ocupacionais e os ocorridos no trajeto de ida e volta para casa, resultam em afastamento do trabalho por mais de 15 dias, incapacidade permanente e morte. A maior parte dessa fatura bilionária não é bancada pelos empregadores, e, sim, por toda a sociedade, traduzida no pagamento de benefícios previdenciários precoces, nos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) - que inclui ainda a maior ocupação de leitos -, nos gastos com reabilitação profissional e nas ações judiciais.
Só as contribuições das empresas a título de seguro de acidente de trabalho totalizam R$ 8 bilhões por ano e as despesas com benefícios pagos pelo INSS alcançam R$ 14 bilhões. "É uma cifra colossal, gigantesca", avalia Pastore, sobre a extensão do custo dos acidentes que não aparecem nas estatísticas oficiais.
No caso de ocorrências com trabalhadores informais e autônomos, o peso estoura basicamente nas contas do SUS. Há ainda os gastos com o afastamento temporário e permanente de servidores públicos e profissionais liberais, que também não estão sob o manto da Previdência Social. Esse grupo, que está fora das estatísticas, responde por 60% da força de trabalho.
Outros danos
Uma ocorrência gera ainda outros problemas e despesas, que engordam o custo dos acidentes no país. As empresas arcam com o salário dos primeiros 15 dias de afastamento (a partir do 16º dia, é o INSS que paga) e custos com interrupção do trabalho, substituição e treinamento de mão de obra, dano em maquinário, atraso em cronograma de entrega, multas, aumento da contribuição do seguro de acidente e pagamento de indenizações.
Já as vítimas têm despesas com medicamentos, assistência médica adicional, transporte, redução do poder aquisitivo, desemprego, depressão e traumas. Quando há morte, é imensurável o dano material provocado, sem contar o psicológico, decorrente da dor da perda e da falta que a pessoa fará para o desenvolvimento do núcleo familiar. Muitas vezes, o trabalhador que perde a vida é o chefe do lar, que se desestrutura. O futuro dos filhos fica comprometido.
José Pastore observa que está havendo mais controle sobre a ocorrência de acidentes pelo Ministério da Previdência. A maior quantidade registrada nos últimos três anos, na casa dos 700 mil, não significa aumento em relação ao período até 2006, quanto o total ficou em torno de 500 mil no ano, diz. A partir de 2007, a Previdência passou a computar os casos identificados pelos médicos peritos e funcionários do INSS, não comunicados pelas empresas, na hora de conceder o benefício. Naquele ano de 2007, foram incluídos 141 mil casos sem notificação, totalizando 659.523 acidentes. Em 2008, ano da crise internacional e do aumento do desemprego, o número de ocorrências sem comunicação da empresa foi de 199 mil e o volume total, de 747.663. Em 2009, houve diminuição, atingindo os 701.496 registrados em 2010.
O diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Remígio Todeschini, informa que as empresas que sonegam a comunicação da ocorrência de qualquer acidente em 24 horas recebem punição. Elas sofrem com a elevação da contribuição do Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), de1%a3%, que passa a ser cobrada em dobro sobre a folha de pessoal. Cerca de 50%, diz Todeschini, estão na faixa maior, por desempenharem atividades de risco grave. Só 20% recolhem alíquota de 1%, de risco leve.
Doenças
O diretor alerta para o setor de serviços, que assumiu a liderança em quantidade de acidentes nos últimos dois anos, passando à frente da indústria. É elevada a ocorrência de doenças ósseo-musculares, lesões de ombro e lordose no comércio. Há também aumento dos diagnósticos de transtornos mentais e comportamentais, que decorrem principalmente do estresse e da depressão. Houve ainda elevação de 25% nos afastamentos e na concessão de auxílio-doença por esses motivos.
"A forma como o trabalho está organizado, com pressão constante por metas, maior produtividade e ameaça de demissão, provoca essas doenças", diz Todeschini. O operador de máquinas Juliano Augusto Fernandes, de 29 anos, é uma dessas vítimas. Ele ficou três meses afastado do trabalho no início do ano, após contrair tendinite no punho. O benefício do INSS só saiu quando ele já estava retornando ao serviço, na empresa de autopeças Brembro, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Juliano foi poupado dos mesmos esforços, mas novos problemas apareceram.
Em maio, o médico da empresa o afastou novamente por causa de uma tendinite no pé direito - ele passava muito tempo em pé. Mas o INSS indeferiu o pedido do auxílio-doença, alegando que o problema não justificava o afastamento. Desde então, ele está sem renda e teve que entrar com um recurso. "Muitas vezes, a gente prefere trabalhar machucado a ficar dependendo do INSS." (Colaborou Frederico Bottrel)
Maior fiscalização
O Ministério da Previdência informou que os acidentes em geral vêm diminuindo nos últimos dois anos por conta da maior fiscalização do governo, da adoção de normas obrigatórias de segurança e da aplicação do chamado Fator Acidentário de Prevenção (FAP), incidente sobre o Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) pago pelas empresas. A alíquota pode aumentar ou diminuir conforme a ocorrência de acidentes.
Dados do órgão apontam que 90% das empresas têm FAP menor ou igual a 0,5, ou seja, pagam metade da contribuição devida, por redução na acidentalidade.
Brasília, 07 de novembro de 2011
O Estado de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Institucional
Acordo para reduzir o teor de sódio na comida é 'engodo', dizem médicos
VIDA KARINA TOLEDO - O Estado de S.Paulo
Médicos das sociedades de cardiologia, nefrologia e hipertensão estão descontentes com o acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a indústria de alimentos para reduzir o teor de sódio na comida industrializada.
Segundo eles, as metas propostas para 2014 são tão tímidas que não conseguirão reduzir a mortalidade por doenças cardíacas. O resultado do termo firmado em abril deste ano para a redução do sódio em macarrões instantâneos, pães de forma e bisnaguinhas foi apresentado às sociedades médicas há duas semanas, em seminário realizado em Brasília. Para Carlos Alberto Machado, representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) no evento, o plano não passa de um "engodo".
"Em vez de propor uma redução a partir do teor médio de sódio presente nos produtos para chegar perto do valor mínimo que está no mercado, eles pactuaram a redução em cima do teto." Para exemplificar, Machado cita o exemplo dos pães de forma. Entre as marcas no mercado, o teor máximo é de796mgde sódio por porção. O teor médio é de437mgeo mínimo, de 118 mg. A indústria se comprometeu a reduzir para 645 mg em 2012 e 522 mg em 2014 - ou seja, a meta ainda é mais alta que a média encontrada no mercado hoje.
Silvia Vignola, especialista em saúde pública e consultora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), concorda. "Boa parte das empresas já segue as metas propostas para o fim de 2012 e esses teores ainda são considerados altos. Na prática, não vai mudar muito", opina.
Machado reclama do fato de as sociedades médicas não terem sido ouvidas durante a negociação. "Deveríamos ter sido chamados para acompanhar todo o processo e não apenas para validar um acordo já feito. Sugerimos que seja repactuado. Ou que pelo menos sejamos ouvidos nas próxima etapas", diz ele, referindo-se à negociação que ainda deverá ser feita para reduzir o sódio em outras categorias de alimentos.
Dissidência
Silvia Plavnik e Cibele Rodrigues, representantes das sociedade de hipertensão e nefrologia, fazem coro com Machado. Já o presidente da SBC, Jorge Ilha, diz que o colega está sendo "muito radical". "Avançamos muito. Voltar à mesa de negociações seria retrocesso."
O secretário de Atenção à Saúde do ministério. Helvécio Magalhães, também defende o acordo já feito. "Vai ter impacto na saúde, sim. Vamos conseguir chegar, até 2020, ao consumo diário de sal considerado ideal, ou seja, 5 gramas por dia."
Estudo mostra que o brasileiro consome, em média, cerca de 12g de sal por dia. Neste ano, o Brasil firmou um termo de compromisso com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a OrganizaçãoPan-Americana de Saúde (Opas) para baixar esse número para 5g até 2012. Segundo Machado, estudos apontam que essa redução significaria queda de 6% a 14% na mortalidade por derrame, de 4% a 9% na mortalidade por enfarte e de 3% a 7% na mortalidade total.
Todos os anos, 315 mil brasileiros morrem em decorrência de doenças cardiovasculares, que têm a hipertensão como um dos principais fatores de risco. Procurada, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação preferiu não se manifestar.
Brasília, 07 de novembro de 2011
O Estado de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Institucional
Saúde algo saiu muito errado
ECONOMIA
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Comecemos por desejar toda a sorte do mundo ao ex-presidente Lula. Quem já passou por essa doença desgraçada sabe como o momento é difícil, mesmo paras os mais fortes.
A pessoa precisa se concentrar no tratamento, entender que esta é a sua prioridade, mas também não pode ficar inteiramente nisso. Precisa tocar a vida no tempo possível. Lula começou bem, naquele seu estilo positivo. Força! Não vamos, portanto, personalizar a questão. É errado fazer isso. Porém há na praça um tema político, social e econômico do qual já tratamos algumas vezes neste espaço e que merece a atenção de todos.
Vamos falar francamente: num país que mantém um sistema público de saúde, universal, administrado diretamente pelo governo, é no mínimo embaraçoso que as autoridades da República, sem exceção, busquem tratamento na rede privada.
Não há crime, não é ilegal nem antiético em muitos casos - como no das autoridades que pagam seus próprios planos de saúde. Mas há situações mais complexas. O Congresso Nacional fornece assistência médica praticamente irrestrita a deputados e senadores e,em muitos casos, a seus familiares. Parlamentares são tratados nos melhores hospitais privados - não raro, no exterior -,tudo por conta da Casa, quer dizer, tudo por conta dos contribuintes.
Funcionários do Poder Legislativo federal têm planos de saúde, como muitos outros colegas. O pessoal do Ministério da Saúde também não se trata no Sistema Único de Saúde (SUS ),mas na rede provida por um convênio particular. Os militares vão aos hospitais das Forças Armadas.
Resumindo: autoridades e funcionários de um determinado escalão para cima não vão ao SUS. Cuidam-se (e cuidam de seus familiares) nas redes privadas de saúde, com pagamento total ou subsídio do setor público.
De novo, não é ilegal. O sistema de saúde definido na Constituição brasileira é misto. O sistema básico é o público, universal e gratuito, baseado no princípio de que saúde é direito do cidadão e dever do Estado. Subsidiariamente, os constituintes admitiram um sistema privado, como acessório.
E foi por pouco. Havia um forte viés estatizante entre os constituintes de 1988. A tendência era de eliminar o sistema privado, de tal modo que todos os hospitais e clínicas passariam ao controle público. Depois, diante do óbvio exagero dessa proposta – e diante de seu custo, pois seria preciso pagar indenizações para estatizar -, passou-se a admitir que a rede privada então existente poderia continuar, porém sem expansão. Após muita negociação, saiu o texto que consagra o Sistema Único de Saúde, mas aceita um sistema privado acessório e, de algum modo, controlado e supervisionado pelo Estado.
Atualmente, esse sistema "acessório" atende quase 50 milhões de brasileiros, na maioria por meio dos planos de saúde e seguros de saúde. Mais do que isso. Como demonstram pesquisas feitas com as novas classes médias, um dos sonhos dessas famílias emergentes é justamente poder pagar o plano de saúde para escapar do SUS. (Além de também poder pagar uma escola particular.) Portanto, sem esse sistema privado, a saúde brasileira simplesmente entraria em colapso, milhões de pessoas seriam prejudicadas.
Logo, esse "acessório" deveria ser tratado como essencial. E, no entanto, as autoridades reguladoras nos governos Lula e Dilma mantêm uma atitude, digamos, de bronca pesada com o setor privado. Para resumir: controlam o preço das mensalidades e exigem a prestação de cada vez mais serviços; e limitam a receita e impõem ampliação do atendimento, ou seja, dos gastos.
É como se esse sistema privado tivesse de ser punido. Por quê? Ora, porque é a demonstração concreta dos fracassos do SUS. O pretexto, como sempre, é de que o sistema precisa de regulação e que os consumidores (pacientes) devem ser protegidos da sanha de lucro das companhias privadas.
Mas o que conseguem? Uma piora do serviço nos planos e seguros mais acessíveis para as classes médias e o encarecimento brutal daqueles que dão direito à medicina fornecida por hospitais como o Sírio- Libanês.
Assim, quem pode ser curado nos hospitais de ponta? Os muito ricos, que pagam diretamente; as famílias de renda alta, que podem pagar planos e seguros de ponta; empregados de boas companhias privadas, que pagam parte das mensalidades; e autoridades, funcionários públicos de escalão elevado e políticos lá decima, financiados pelos órgãos públicos, ou seja, pelos contribuintes.
Classes médias já vão para os hospitais de segundo nível. E o povão vai para as filas do Sistema Único de Saúde, para ser tratado com equipamentos e medicamentos inferiores. Algo saiu errado, pois há sistemas públicos de saúde que funcionam melhor que o brasileiro, a custos proporcionais.
E também há sistemas privados mais baratos e mais acessíveis do que os nossos.
* JORNALISTA O sistema privado, 'acessório', deveria ser tratado como essencial, mas isso não acontece...
Brasília, 05 de novembro de 2011
Folha de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Institucional
SUS lança na semana que vem 'home care' nacional
COTIDIANO
Atendimento domiciliar é nova meta do governo
VALDO CRUZ
MÁRCIO FALCÃO
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
O governo prepara o anúncio, na próxima semana, de um programa do SUS para oferecer atendimento domiciliar a pacientes que não precisam ficar internados. Batizado de "Melhor em Casa", o programa é inspirado na "HomeCare", iniciativa dos EUA que também influenciou experiências de alguns municípios do país.
A ideia é montar, até 2014, mil equipes para atendimento em casa, cada uma delas com capacidade para atender cerca de 70 pessoas por mês. O governo quer, com isso, desafogar hospitais.
Pacientes com sequelas de derrame ou que tenham passado por cirurgias ortopédicas podem ser enquadrados no "Melhor em Casa". Alguns tratamentos de câncer também deverão entrar.
A princípio, poderão participar do programa cerca de 350 municípios que tenham hospital com UTI. As equipes contarão com médicos, fisioterapeutas e enfermeiras. Para participar do programa, o paciente e sua família terão de assinar um termo de consentimento. Para os pacientes do programa em quadros mais graves, haverá visita de no mínimo uma vez por semana.
O Ministério da Saúde repassará para cada equipe cerca de R$ 34,5 mil mensais, o que equivale a aproximadamente 80% dos custos.
O governo deverá lançar também mais um programa, até agora chamado de "SOS Emergência". A ideia é que hospitais de referência ofereçam conhecimento para melhorar emergências da rede pública em situação crítica. Na primeira fase, 12 serão beneficiados.
Os hospitais deverão ajudar no planejamento estratégico e gestão administrativa. Também deverão dar "aulas" sobre capacitação de equipes.
Brasília, 05 de novembro de 2011
Diário da Manhã - Goiânia/GO
Ministério da Saúde | Órgãos Vinculados | SUS
Liga do Câncer faz hoje mutirão de reconstrução de mamas
ÚLTIMAS
A Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer realiza hoje seu primeiro Mutirão de Reconstrução de Mamas. Durante todo o dia serão realizadas 12 cirurgias em mulheres que já estavam cadastradas na fila de espera do SUS. As cirurgias acontecerão na Policlínica, com toda a estrutura do seu centro cirúrgico voltada para a ação, que contará com cerca de 50 profissionais, entre cirurgiões plásticos, mastologistas, anestesiologistas e enfermeiros.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia na regional do Rio Grande do Norte, Jader Rodrigues Gonçalves, atualmente são realizadas cerca de quatro cirurgias de reconstrução de mamas por mês na Liga através do SUS. "Existe uma demanda reprimida e que aumenta cada vez mais, e esse mutirão vem para atender essa demanda.
É um marco para a gente tentar, a partir daí, mudar essa realidade e não depender só de mutirão para que esse atendimento comece a acontecer de uma forma mais sistemática", disse. O câncer de mama tem cura, se diagnosticado precocemente. E quanto mais cedo o estágio em que é detectado, maiores as chances de se realizar um tratamento menos invasivo. Porém, em determinados casos, a retirada da mama acaba sendo inevitável, o que pode trazer impactos psicológicos significativos às pacientes.
Para o Presidente da Sociedade de Mastologia do RN, Jader Rodrigues Gonçalves, a melhora na autoestima e o impacto que ela causa na recuperação são alguns dos benefícios que a cirurgia traz para as pacientes.
"As mulheres que fazem a reconstrução ficam mais confiantes no tratamento, colaboram mais, são mais pró-ativas e menos depressivas, o que, consequentemente, afeta de forma bastante positiva no processo de recuperação da doença".
Prioridade
O Mutirão será voltado a pacientes que possuem seus nomes na fila de espera do SUS e acontecerá na Policlínica, com toda a estrutura do seu centro cirúrgico voltada para a ação, que contará com cerca de 50 profissionais, entre cirurgiões plásticos, mastologistas, anestesiologistas e enfermeiros. O evento é uma parceria com o Sistema Único de Saúde - SUS, a Sociedade dos Cirurgiões Plásticos do RN, Sociedade Brasileira de Mastologia e com a Johnson&Johnson - que doará as próteses mamárias.
Brasília, 05 de novembro de 2011
Correio da Paraíba - João Pessoa/PB
Ministério da Saúde | Institucional
13% das crianças atendidas na atenção básica são obesas
CIDADE
Thibério Rodrigues
Os estudantes do ensino médio da Escola Estadual Francisca Ascenção Cunha (FAC) realizaram, ontem, Feira de Ciências, na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, em João Pessoa, dando orientações ao público sobre alimentação saudável para evitar a obesidade infantil. Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) revelam que dentre as crianças de zero a menos de 10 anos atendidas pela atenção básica do Estado, 13,3% apresentam obesidade e 20% têm sobrepeso.
De acordo com a nutricionista Heloísa Helena Espínola, essas crianças podem vir a serem vítimas de doenças decorrentes da obesidade, como hipertensão, diabetes, infarto agudo do miocárdio e doenças coronarianas. Na Paraíba, 4,8 mil pessoas se internaram e 369 morreram por essas doenças só este ano, segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde.
Preocupados com a saúde das crianças paraibanas, os estudantes da FAC passaram a tarde de ontem conscientizando as pessoas, através de panfletos e palestras, sobre a importância de ter uma alimentação saudável desde a infância para evitar doenças e obesidade no futuro.
Brasília, 05 de novembro de 2011
Diário do Nordeste - Online/CE
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Crack já é problema de saúde pública para 64% das cidades
CAPA
Consumo de drogas afeta seriamente a segurança em 58% dos municípios
O consumo desenfreado de crack e outras drogas já se tornou uma calamidade para a maioria das cidades brasileiras e vem sobrecarregando os sistemas municipais de saúde pública, como revela pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O levantamento ouviu 4.400 das 5.563 prefeituras do país. Entre as que responderam ao questionário, 63,7% disseram que a circulação de crack e outras drogas tornou-se grave problema para seus sistemas de saúde, enquanto 58,5% informaram que vivem problemas sérios de segurança por causa do crack, e 44,6%, que a rede de assistência social também sofre com essa epidemia. "A situação é muito aguda, grave", resumiu o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Brasília, 05 de novembro de 2011
Correio do Povo - RS - Porto Alegre/RS
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Brasil: 5º lugar no ranking
GERAL
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS ),o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking dos países por mortes no trânsito. "Estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia", aponta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele comemorou a "importante decisão" do STF de criminalizar o motorista que dirigir alcoolizado.
Expediente
Carta Eletrônica do CNS
Publicação do Conselho Nacional de Saúde
Secretaria Executiva do CNS
Produzido pela Equipe de Comunicação do CNS